O sipreste inclina-se
em fina reverência
E as margaridas
estremecem, sobressaltadas.
A grande amendoeira
consente que balancem,
Suas largas folhas
transparentes ao sol.
Misturam-se uns aos
outros, rápidos e frágeis,
Os longos fios da
relva, lustrosos, lisos cílios verdes.
Defrontes rendadas de acácias
palpitam inquietantemente,
Com o mesmo tremor das
samambaias
Debruçadas nos vasos.
Fremem os bambus sem
sossego,
Num insistente ritmo
breve.
O vento é o mesmo:
Mas sua resposta é
diferente, em cada folha.
Somente a árvore seca
fica imóvel,
Entre borboletas e
pássaros.
Como a escada e as
colunas de pedra,
Ela pertence agora a
outro reino.
Se movimento secou
também, num desenho inerte.
Jaz perfeita, em sua
escultura de cinza densa.
O vento que percorre o
jardim
Pode subir e descer por
seus galhos inúmeros:
Ela não responderá mais
nada,
Morta e surda, naquele verde mundo
sussurrante.
Cecília Meirelles
Nenhum comentário:
Postar um comentário